Quando o passado pesa demais.

A conversa começou com queixas de tristeza.

As memórias estavam ali, tão vivas, quase tocáveis.

E é verdade… quando o passado ocupa espaço demais, a vida de hoje pode parecer apertada demais para florescer.

Vieram os questionamentos. A culpa.

As decisões tomadas lá atrás, à distância, pareciam agora as piores possíveis.

Tinham o som de uma música triste, daquelas que não dá mais pra dançar.

Mas… será que foi mesmo a pior decisão?

Nunca saberemos. Nem eu. Nem o paciente sentado à minha frente.

E talvez isso nem importe tanto.

O que importa é que o presente, esse espaço que temos agora, que oferece novas possibilidades de escolha.

E ali, entre uma fala e outra, a tristeza foi se abrindo.

Terminamos rindo, falando de esportes aquáticos e de como o mundo ainda guarda experiências curiosas, inesperadas, divertidas.

Isso é florescimento na prática.

Não falamos de escalas.

Não falamos de medicação.

Falamos de propósito. De autorrealização. De oportunidades. Da vontade de se divertir.

Foi leve. Foi vivo.

E foi suficiente para hoje.

Com carinho,

Mariana.