Olhando para quem cuida.

Nesta semana, fiz o atendimento de uma filha que me procurou para avaliar a sua mãe. Para entender melhor o momento atual, pedi um momento com ela antes de iniciar a avaliação.

A mãe dela foi morar com ela há alguns anos, após perceber, durante suas ligações diárias, que a mãe já não conseguia realizar suas atividades como antes. A partir desse momento, a filha, que também é esposa, comerciante e exerce muitos outros papéis, tornou-se a cuidadora principal da mãe.

Hoje, ela organiza toda a sua rotina pensando nesse cuidado: acorda mais cedo para preparar o café da manhã da mãe, liga durante o dia para saber como ela está, sai correndo do trabalho para chegar antes que a funcionária vá embora e dedica seus finais de semana à mãe. E assim por diante.

Perguntei a ela como se sentia e como estava se cuidando. Foi como se uma armadura tivesse caído. Naquele momento, ela se abriu um pouco mais e me permitiu enxergar além da cuidadora, revelando mais de quem ela é.

Durante nossos encontros, que possamos ter a sensibilidade de entender que as pessoas exercem múltiplos papéis e que alguns deles podem se sobrepor a outros, pesando mais. Sejamos abertos para acolher e também para sermos acolhidos.

Com carinho,
Mariana.