Sejamos empáticos.

Hoje estou escrevendo sem muita energia. Passei a semana lidando com uma gripe e, desde ontem à noite, tenho me sentido mais fraca e enjoada, o que tem me mantido na cama.

Isso me fez refletir sobre os pacientes para quem insistimos em fisioterapia, fonoaudiologia, reabilitação cognitiva e outras intervenções. Muitas vezes, damos “bronca” quando não seguem as recomendações, queremos que participem de mais de uma sessão por semana e estamos sempre cobrando adesão ao nosso plano terapêutico.

E é aí que entra minha primeira reflexão: o plano de cuidados deve ser construído junto com os pacientes e todos os envolvidos no seu tratamento. Como profissionais da saúde, não cabe a nós adotar posturas impositivas. Nosso papel é destacar a importância das condutas, embasá-las na ciência, mas também ouvir e respeitar as vontades de cada paciente e suas prioridades.

Outro ponto que queria trazer: pensemos em um paciente com sarcopenia. Ele perdeu massa muscular, está enfraquecido e, para ele, subir alguns degraus já é um desafio. Insistimos, com razão, na fisioterapia para fortalecimento muscular, pois sabemos que é essencial. Mas, será que temos a empatia necessária quando o tratamento não ocorre exatamente como esperávamos?

Eu mesma, com uma simples virose, já estou mais fraca e deixei de fazer várias atividades hoje. Agora imagine alguém que convive com esse estado de fraqueza todos os dias.

Não estou sugerindo que deixemos de lado recomendações importantes nem que não busquemos estratégias para melhorar a adesão ao tratamento. Apenas reforço a importância de sermos empáticos. Os desafios dos pacientes podem ser muito maiores do que conseguimos enxergar.

Com carinho,
Mariana.